A homossexualidade é quase sempre ignorada pelos livros didáticos e nas discussões em salas de aula. Essa foi a constatação da pesquisa Qual a Diversidade Sexual dos Livros Didáticos Brasileiros?, coordenada pela professora Débora Diniz, da Universidade de Brasília (UnB). Falta de preparo do corpo docente é um dos principais empecilhos a uma abordagem significativa sobre diversidade sexual.
Segundo o estudo, agressões verbais e físicas e isolamento social fazem parte do cotidiano de alunos homossexuais. De acordo com a pesquisa de Débora Diniz, a omissão da homossexualidade nos livros didáticos e a reiteração de um modelo "heteropaternalista" como único e correto representam uma homofobia velada, transmitida aos alunos durante toda a vida escolar.
Uma reportagem de Fernando Martins, da MixBrasil, revela a omissão da equipe pedagógica em situações de discriminação por orientação sexual:
Mário Carneiro, que acabou de completar o ensino médio no Colégio Equipe, disse que apesar de haver alunos gays e lésbicas na escola, nunca a sexualidade foi abordada pelos professores. É o mesmo caso do Colégio Paulicéia, onde, segundo a estudante Aretha Larangeira, um colega sofreu ameaças de outros alunos depois de ter levado seu namorado à escola. "Ele era assumidamente homossexual. Se não bastassem as piadas idiotas que ouvia, a coordenação não tomou parte nesse episódio."
Alguns coordenadores afirmam que não tratam da questão por considerarem a orientação sexual um dado natural, não um problema. No entanto, essa atitude pode de fato estar escondendo o preconceito e o medo de criar constrangimentos. "Não é possível colocar heterossexualidade e homossexualidade como a mesma coisa. Um casal gay não vai ser tratado como um casal hétero nas escolas", afirma a psicóloga Cátia Oliveira da Cruz. "Isso é escamotear o problema."
No colégio Oswald de Andrade, um aluno foi orientado a diminuir seus trejeitos efeminados porque isso fazia com que seus colegas rissem dele. "E se não der para ele ser menos efeminado? Por que não ensinam os outros alunos a lidar com a diferença?", pergunta Cátia. A psicóloga critica a tendência dos coordenadores de encaminharem os alunos gays para a terapia. "Será que todos os casos precisam de intervenção psicoterápica ou é uma forma de empurrar o 'problema' para outro lugar?"
Um comentário:
Que bonitinho. Ser gordo também é um dado natural, ter 10 graus de miopia em cada olho também, ser pequeno e tímido também. As escolas tratam o bullying sofrido por estes indivíduos com a mesma "metodologia" reservada aos alunos gays? Essa foi a desculpa mais esfarrapada que já ouvi.
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